Comunicado FPP - COVID-19 | Uso de Máscaras
Apesar dos indiscutíveis avanços que temos registado no combate à presente pandemia, sobretudo na sequência do sucesso da campanha de vacinação, a respetiva situação epidemiológica aconselha que se deva manter um robusto nível de medidas preventivas.
A variante delta, muito mais transmissível - com uma transmissibilidade 60% superior à variante anterior - e o conhecimento de que a vacina não tem eficácia suficiente para impedir totalmente, quer a infeção, quer a transmissão do vírus, são factos que conferem importância acrescida a essas medidas.
Por outro lado, os marcadores epidemiológicos nacionais mantêm-se a níveis não tranquilizadores: uma elevada incidência (310 casos por 100.000 habitantes, com uma média de 2.317 novos casos diários na última semana); um nível elevado de casos ativos (45.542); um nível de mortalidade ainda muito expressivo (média diária de 11 óbitos na última semana); níveis de hospitalização, quer em enfermaria, quer em cuidados intensivos, significativos (733 e 151, respetivamente); um nível de transmissibilidade muito próximo de 1 (R(t) nacional de 0,98 e a subir).
Todos estes dados, associados ao período de férias e à abertura da sociedade ? fatores favorecedores da transmissibilidade e de aumento de novos casos - fazem a Fundação Portuguesa do Pulmão alertar para a necessidade de não se afrouxarem as medidas individuais de prevenção.
Assim, a Fundação Portuguesa do Pulmão é de opinião que é prematuro considerar o fim da obrigatoriedade do uso da máscara de proteção respiratória nos espaços públicos exteriores sempre que a distância social de segurança não esteja garantida. No mesmo sentido é nossa opinião que o uso de máscara deverá continuar a ser obrigatória em todos os espaços públicos interiores.
A decisão de liberalizar o uso de máscara só deve ser considerada quando sairmos da 4a onda epidémica, quando tivermos uma maior percentagem da população totalmente vacinada (a tão almejada imunidade de grupo) e os marcadores epidemiológicos da infeção pelo SARS-Cov-2 evidenciarem um mais seguro controlo da pandemia.
25 de agosto de 2021