Entre as doenças respiratórias o cancro do pulmão é uma doença que tem tido cada vez mais peso na saúde das populações. A sua ligação ao fumo do tabaco, só em meados do século XX é estabelecida de forma clara. De facto, se 80 a 90% dos cancros do pulmão têm como causa primária a exposição ao fumo de tabaco, existem outros factores, ambientais e de susceptibilidade individual aos carcinogéneos respiratórios, que facilitam o seu aparecimento. O risco relativo de morte por cancro do pulmão é quase 15 vezes maior no fumador de 20 cigarros/dia; e aumenta com o número de cigarros e com os anos desse hábito. Algumas exposições profissionais, a químicos e metais, de que se salientam os asbestos, e a exposição a radiações são outras causas confirmadas.
O maior atingimento da doença no sexo masculino tem relação com um maior uso do tabaco pelo homens durante muitas décadas, mas nestes sabe-se que a percentagem de fumadores vindo a diminuir; nas mulheres a tendência tem sido inversa, e já se refletindo num aumento dos casos de cancro.
Prevenir, reduzindo os riscos, é a melhor medida que podemos tomar. Embora se tente encontrar modos de rastrear precocemente as doenças, no caso do cancro do pulmão, ainda não temos meios eficazes de rastreio. O diagnóstico é geralmente tardio, comprometendo os resultados de controle da doença.
Como outras doenças respiratórias, os sintomas são diversos ? tosse, com ou sem expectoração, dor torácica, quebra do estado geral, cansaço ? e não são específicos desta doença; devemos recorrer ao médico assistente quando temos dúvidas quanto à nossa saúde, e com especial cuidado se são situações que se instalam lentamente e que podemos desvalorizar.
José Miguel Carvalho
médico