Observatório Nacional das Doenças Respiratórias
Da extensa lista do relatório deste observatório - ONDR - apresentamos alguns dados que espelham o largo peso que têm na saúde dos
portugueses, e que podem ajudar a planear o trabalho e prevenir o seu
agravamento.
Em 2016, dos 13474 óbitos por doenças respiratórias (cerca de 12% da mortalidade no país), quase metade foram por pneumonias: sendo uma doença potencialmente curável, a prevenção das infecções (vacinações antigripal e antipneumocócica) e tratamento correcto e precoce dos casos é fundamental para melhorar este panorama. A estes números acrescentam-se mais 4074 óbitos (em 2016) devidos a tumores dos brônquios e pulmão. Com estes dois grupos pode-se concluir que morreram, nesse ano, 48 pessoas por dia devido a doenças respiratórias.
"A gravidade das doenças respiratórias que necessitam de internamento é bem expressa pelas taxas de mortalidade, superiores à média dos doentes do foro da medicina, internados. A DPOC, doença pulmonar obstrutiva crónica, tem uma taxa de mortalidade de 8%, os cancros de 31%, as pneumonias de 20% e a insuficiência respiratória de 25%. Estas taxas não têm diminuído. Das patologias com maior incidência no internamento só a asma tem taxa de mortalidade reduzida, inferior a 1%."
A prevenção do tabagismo e o correcto tratamento das doenças respiratórias crónicas são necessários para melhorar este panorama no futuro.
Da parte de cada um de nós, a atenção ao nosso estado de saúde, recorrendo atempadamente ao médico, e o cumprimento dos tratamentos de forma correcta e regular, são muito importantes.
Claro que tudo se interliga com a boa acessibilidade aos
serviços de saúde que tem que existir; se os tratamentos são tarefa dos
profissionais de saúde, a defesa da boa acessibilidade é uma tarefa de toda a
população.
Artigo publicado em "A voz dos reformados" março/abril 2019
por Dr. José Miguel Carvalho